O Setembro Amarelo foi criado em 2014, graças à iniciativa da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) e do CFM (Conselho Federal de Medicina). O dia 10 deste mês é considerado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, o que não impede que a campanha aconteça o ano inteiro.

Infelizmente, os números no Brasil são altos e bastante preocupantes. Anualmente, aproximadamente 12 mil suicídios são registrados no país, fazendo parte da somatória de 1 milhão de pessoas em todo o mundo que atentaram contra a própria vida.

A faixa etária de maior ocorrência é a do público jovem, sendo que 96% dos casos tinham relação a transtornos mentais, como a depressão, bipolaridade e abuso de substâncias químicas.

O surgimento do movimento Setembro Amarelo

O objetivo do movimento é claro, mas não simples. Prevenir e reduzir esses números é tarefa difícil, mas que tem atingido resultados em todo o país. Para alargar cada vez mais o alcance das informações e obter apoio, a participação de núcleos, associações, federações e da sociedade é fundamental.

Há 4 anos, o projeto atingiu novos patamares ao firmar parcerias e ganhar o apoio da mídia, conseguindo espaço na imprensa e promoção de ações de grande impacto. O Cristo Redentor, assim como vários outros monumentos históricos, foi um dos locais iluminados com a cor amarela, representando a importância da conscientização da campanha.

O auxílio do CVV

O CVV (Centro de Valorização da Vida) é uma ONG do Brasil e que abraçou a campanha com enorme aderência à temática. Fundada em São Paulo, no ano de 1962, a organização promove apoio emocional pelo telefone 188, chat online, e-mail e presencialmente.

A CVV conta com o apoio de voluntários que se inscrevem e participam de cursos de capacitação para auxiliar pessoas que entram em contato procurando ajuda. Atualmente, mais de 4 mil pessoas se voluntariaram em mais de 120 localidades, prestando apoio gratuito 24 horas por dia, todos os dias do ano.

O atendimento tem foco na escuta dos sentimentos, descobertas, tristezas, dificuldade e alegrias. Toda a informação recebida é sigilosa e livre de julgamentos, sendo tratada com respeito, confiança e compreensão. O atendente do CVV valoriza a vida e acolhe quem entra em contato, prevenindo o suicídio.

São mais de 3 milhões de ligações todos os anos, desde que o Ministério da Saúde forneceu a gratuidade da tarifa da ligação para o número 188. No site www.cvv.org.br estao disponíveis todas as informaçãoes sobre a ONG e o passo a passo para se tornar voluntário da causa.

Um caminho para prevenção

Muitos já pensaram em suicídio, inclusive pessoas próximas a nós que, aparentemente, não demonstraram nenhuma mudança de comportamento na época. Um estudo realizado pela Unicamp revelou que cerca de 17% dos brasileiros já considerou a hipótese, sendo que 4,8% dessas pessoas, de fato, deram fim à própria vida.

Agir preventivamente é um meio de evitar que o pensamento destrutivo chegue à prática. O primeiro passo é desmistificar o assunto, deixando de tratar o suicídio e a depressão como tabus, compartilhando informações e colaborando para a ampliação do alcance de campanhas importantes como o Setembro Amarelo.

A sociedade precisa se educar sobre o tema e aprender a detectar sinais e tendências suicidas. O ideal é que, sempre que algo for percebido, exista a consciência de que é normal, saudável e recomendável buscar por ajuda médica especializada, sem vergonha e medo do julgamento.